Escrevo o que vi, vivi, senti. Porque quando é intensa, a experiência fala.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Ser



Não ser feliz é ser louco. E, se fosse louco, seria feliz. Não tem nome a qualidade de ser infeliz.

Se há algum problema, seu tempo está contado. No máximo, será o mesmo de quem é afetado. Este é um bom motivo para ser feliz, já, antecipado! Se não há problemas, também está este tempo limitado, como é o de ser afortunado. Razão para ser feliz, feliz dobrado!

Não há lógica, fórmula, que sustente a infelicidade.  Talvez seja um lugar, uma cidade, fictícia, onde morar. Quem a escolher, felicidade não conhecerá. Ou, é uma cilada, para quem aceita acreditar em nada. Uma emboscada. Infelicidade também pode ser realidade, imaginária, verdade, inventada, sacramentada. Pelo sim, pelo não, não ser feliz é uma criação, não existe no coração. Ser infeliz é estar identificado, com certo e errado. É estar morto e enterrado.

Viver é estar acordado, livre, apaixonado. É ser curioso, desavisado, é duvidar do que é controlado, é ter fé, fluir no inesperado. Em qualquer situação, viver é ser FELIZARDO!



domingo, 21 de abril de 2013

Tributo ao Não





Nos últimos tempos, tenho recebido alguns Nãos. Posso dizer que comecei a criar uma intimidade com o Não. É mesmo. Venho aprendendo a me divertir, ser feliz com ele.

Depois de alguma insistência, encontrei possibilidades no Não. Comecei a explorá-lo, ir além. Passei a dar mais foco no outro lado. Sim, porque se tudo tem o outro lado, qual é o outro lado do Não? É Sim! Onde tem um Não, tem um Sim. Talvez tenha até mais de um. Mas, para descobrir outros, é necessário encontrar um, o primeiro, que possa me seduzir e me levar em sua viagem.

Assim, em uma fase rica de Nãos, venho experimentando o Sim que tenho.  Olhando direito, tenho muitos Sins. Todos os dias, uma infinidade de Sim.  Descobri que o Sim é PLES. “P” de Prático, “L” de Livre, “E” de Espontâneo  e “S”, de           S I M P L E S!  Tão simples, que acontece diariamente, em todo lugar, sem qualquer cerimônia, mesmo sem ser notado.

Tenho vivido a praticidade, a liberdade e a espontaneidade do Sim, que se manifesta Simplesmente, sem expectativa, sem interferência. O Sim apenas se apresenta, criando uma abertura, uma possibilidade, uma experiência, um momento mágico qualquer, que poderá ser esquecido em um instante, ou quem sabe marcar, até mudar, uma vida inteira, para sempre!

Não sei, Não posso e Não quero saber o que vai acontecer. Recebendo Não para o que pedi e Sim para o que nem imaginei, sigo em frente. Cada vez mais curiosa, interessada e apaixonada pelo momento presente. Pelo que vem, sem meu controle, pelo desconhecido, inesperado, pelo Sim, pelo Não, que desejo provar, experimentar, sorver, até acabar!


sábado, 13 de abril de 2013

Paradoxo



A vida é assim, neutra. Absolutamente neutra.
Todos os aspectos, cores, cheiros, formas, etc, somos nós que a infringimos. Fazemos isso com total autoridade, sem abertura a um novo olhar, questionador, duvidoso, atrevido, inusitado. Sem ser diferente, ou maior ainda, ousado.
Estamos negligentes, mas certos! Colecionamos certezas, construímos verdades, formatamos o mundo, enquadramos a vida para desfrutar depois. Depois, é só reclamar.  Essa é a distração de muita gente, que ainda não aprendeu a se divertir.  Não descobriu a arte de colorir!

A vida é assim, exagerada!
Sob o olhar fixo, estreito, focado em benditos valores, perseguimos resultados. Ficamos míopes, perdemos o caminho, o encontro, reduzimos experiências, passamos apertados.
Apertado, é um jeito de viver para quem ainda não abdicou de ser julgado. Desconhece o gozo de ser expandido, exagerado!

A vida é assim, ordenadamente caótica!
Exaustiva, aos olhos que só alcançam a disciplina na lógica da ordem. Sem o olhar educado, viciado, o caos é beleza, puramente leveza.  
O caos é vida relaxada, doutrinada na adaptação, no improviso, espontaneamente livre, flexível e estruturada. É um constante ajuste, num eterno, único e duvidoso desajuste.
Sem comando, em harmonia, a ordem e o caos movimentam-se lindamente, do início ao fim, em um interminável espetáculo. São os dançarinos, a dança e a música, os aplausos e o público, o palco e a plateia.  Inteiros, completos, entregues!

A vida é assim, absurdamente paradoxal!
É perder para ganhar e é ganhar para perder. Um jogo, só de vencedores, despreocupados em classificar fatos e acontecimentos, como vitórias ou derrotas.
Ganhos ou perdas estão marcando o placar de jogadores limitados, medíocres, pobres de espírito, tacanhos, derrotados!
Quando temos tamanho para perder, ficamos  gigantes, cada vez mais. Vencemos os Gigantes. Porque transcendemos os preconceitos,  ilimitamos a viagem e vivemos, no fracasso,  o sucesso. É no paradoxo que a vida sai da realidade e vira um sonho. Um sonho, de verdade!